PATROCÍNIO DA LIDERROLL SALVA SELEÇÃO OLÍMPICA DE FUTEBOL FEMININO DO BRASIL

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Um dos maiores times do futebol brasileiro, com Neymar e Paulo Henrique Ganso, o Santos vem tendo muito sucesso em todas as competições que disputa. Mas deu um cartão vermelho e fechou as portas de seu time de futebol feminino, que contava com nove jogadoras da seleção brasileira. Sem apoio necessário da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o futebol feminino no Brasil vive de iniciativas próprias e privadas em praticamente todos os campeonatos que disputa. A Liderroll, empresa de soluções de engenharia com sede no Rio de Janeiro, sensibilizou-se com a situação das meninas e do esporte, e decidiu apoiar com seu patrocínio o Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisas, com sede em São Paulo. O Time Liderroll-COTP contratou as nove atletas da seleção brasileira e já começou a disputar a sua primeira competição oficial de 2012: a Copa do Brasil. O primeiro jogo foi contra o Duque de Caxias, campeão da Taça Libertadores da América de Futebol Feminino. Mas na partida de estreia, a marca do descaso oficial por este esporte ficou bem clara, apesar do apoio da iniciativa privada. No Estádio Marrentão, no Rio de Janeiro, já em campo, as atletas dos dois times e o trio de arbitragem tiveram que esperar mais de 40 minutos pela chegada do policiamento necessário às partidas oficiais. O presidente da Liderroll, Paulo Fernandes, que decidiu incentivar e salvar o time olímpico brasileiro, conversou com o repórter André Dutra, do Petronotícias, para falar sobre esta realidade.

Como aconteceu essa oportunidade de patrocínio?

Na verdade, o que aconteceu é que eu mesmo coincidentemente encontrei com o Secretário de Esportes de São Paulo, Bebeto Haddad, que comentou comigo sobre a situação de abandono do futebol feminino e o término do time feminino do Santos. Foi aí que nós decidimos patrocinar e criar este novo time, o Liderroll COTP (Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisas). Vimos uma forma de ajudar um esporte olímpico que sempre nos dá muito alegria à nós, brasileiros.

O time foi bem na estréia ?

Sim. Tivemos nosso jogo de estreia no Rio de Janeiro, contra o time do Duque de Caxias, que é o atual campeão carioca e vencedor da Copa do Brasil em 2010. Ganhamos de 4 a 0, mas o destaque do jogo foi negativo, por conta do atraso de 40 minutos causado pela ausência de policiamento no estádio. Fora isso foi um jogo maravilhoso. É impressionante o nível técnico das atletas, é uma modalidade do futebol que realmente merece mais investimentos.

Qual o grande problema do futebol feminino no Brasil?

A grande questão é que é uma modalidade abandonada. A CBF, que tem orçamento bilionário, não faz o mínimo para ajudar os clubes, que acabam sobrevivendo exclusivamente de investimentos da iniciativa privada. Eu acredito que mesmo com a vontade de algumas empresas, inclusive a Liderroll, que não está patrocinando o time por exposição, já que nossos produtos não são destinados ao consumidor comum, é responsabilidade da CBF organizar campeonatos melhores para chamar a atenção da mídia e também investir no futebol feminino. A situação financeira do futebol feminino brasileiro, com baixos salários e infraestrutura precária, é inaceitável para um país que tem no futebol o seu esporte de maior expressão.

Você acha que mesmo abandonado o futebol feminino tem futuro no Brasil?

Eu acredito que sim. Inclusive, o nosso patrocínio, que existe muito mais por uma questão ideológica do que financeira, até porque não esperamos retorno, reafirma essa crença no nosso futebol. Eu gosto de citar o exemplo do vôlei brasileiro, que há tempos não tinha grande expressão dentro do Brasil, mas acabou se tornando uma grande potência a nível mundial patrocinado pelo Banco do Brasil e a Sul América. Esse sucesso acabou popularizando o vôlei no Brasil. Eu acredito que possamos fazer o mesmo com o futebol feminino, temos aí a Marta, que joga no exterior, mas é uma brasileira com cinco prêmios de melhor jogadora do mundo, além de muitas outras jogadoras talentosíssimas que ainda irão trazer muita alegria para o Brasil. Em nosso time temos a Maurine, a Debinha, a Éroka. Nomes já consagrados na categoria. São exemplos. Temos nove jogadoras da seleção. Se estivessemos dando esse apoio, como seria a nossa seleção olímpica sem treinar, sem jogar ?

Caso a seleção olímpica feminina volte com o ouro das Olimpíadas 2012, você acha que haverá maior interesse na modalidade?

Com certeza. Um título de expressão mundial como esse iria trazer a ênfase merecida pela modalidade, desmistificando preconceitos e atraindo novas gerações de meninas para o futebol. Os Estados Unidos, que são a maior potência no futebol feminino, só o são porque levam o esporte a sério. Eu mesmo, quando passava férias em Miami, presenciei treinamentos de futebol de meninas na faixa de sete anos de idade na própria escola onde estudavam. É com esse tipo de visão que se constrói a popularidade do esporte no país.

Fonte: http://www.petronoticias.com.br/archives/6514

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